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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Quando o bandeirinha se mete a juiz

Antigamente, mas nem tanto, a nomenclatura mais utilizada para definir o comando dos jogos de futebol se resumia a juiz e bandeirinhas, além do representante (delegado) da entidade promotora do evento.

Hoje, com tanta gente envolvida, chega-se a sexto árbitro sem qualquer cerimônia. Um árbitro, dois assistentes de arbitragem, dois fiscais de fundo e mais o chamado quarto árbitro, eventual substituto do titular.

Até aí, tudo bem! O que não pode é qualquer um deles se julgar estrela e querer mandar mais do que aquele definido como principal autoridade do jogo.

Definir se a bola entrou ou não, se o goleiro se adiantou ou não na cobrança de pênalti, ou coisas do gênero, fazem parte das atribuições dos auxiliares.

Assim como marcar saídas de bola, impedimentos, faltas e até pênaltis quando a colocação e a visibilidade forem mais favoráveis em relação ao árbitro principal.

Eles também costumam observar o que acontece até mesmo fora das quatro linhas. Vigiar as atitudes de gandulas, técnicos e demais componentes do banco de reservas também está no escopo de atribuições.

Quando passam do limite, a porca torce o rabo. Quando querem marcar e mandar mais que o árbitro líder, extrapolam e caem do cavalo de tanta incoerência desnecessária.

Outro dia, terça-feira, em Maceió, a arbitragem de Ítalo Medeiros foi muito contestada pelo técnico do São Caetano. Sérgio Guedes deitou a lenha num dos assistentes, que teria superado a autoridade do árbitro.

Em vários lances, o cara inventou faltas, levantou a bandeira quando o juizão dava vantagem e outros quetais. A gota d'água foi o lance que originou o empate do CRB, aos 46 minutos. O juizão deu lateral, o bandeirinha mandão deu falta. Prevaleceu o mandão e aconteceu o gol. Legal, né?

Situações parecidas acontecem bastante no futebol brasileiro. Principalmente quando o árbitro não tem tanta personalidade e estão em ação o gaúcho Altemir Hausmann e o paranaense Roberto Braatz, ambos da FIFA.

Experientes e indiscutivelmente dois dos principais assistentes do Brasil e talvez do mundo, cansam de se meter em roubadas quando encarnam a roupagem de autoridade máxima e clamam por holofotes.

Nasceu pra ser bandeira, então, que não se meta a fazer lambanças e a prejudicar a arbitragem! Ambos passam do limite até mesmo quando discutem ou passam sermões em jogadores e técnicos. Que também não são santinhos!

Muita gente achou engraçado -- inclusive o autor -- quando o gaúcho de Estrela entrou em campo e desenhou um semicírculo para determinar a distância exata de 9m15 para que o Corinthians cobrasse um falta na lateral, aos 47 minutos do jogo de ontem.

Com ironia o não, o "aparecido" Hausmann garante que da próxima vez vai desenhar um coração e escrever "te amo", para homenagear a esposa. Quanta graça! Está na regra?

Antes disso, ele já havia batido boca com jogadores e intimado abusivamente o gandula peitado por Adriano, já nervoso com o resultado adverso. Atitude do gandula não foi tão acintosa assim. Não posso garantir, mas senti o nojento odor de racismo.

Em outros tempos, já vi os palmeirenses Luiz Pereira e César Maluco -- não tenho tanta certeza -- serem expulsos pelo mesmo motivo num clássico contra o Corinthians.

No interior, cidade pequena e com igreja lotada, sempre que alguém queria aparecer mais do que o normal, a sugestão era simples: ponha uma melancia de 10 kg na cabeça e vá na missa das 10.

Professor Hausmann, faça isso! Se preferir, em vez de ir à missa, apareça pelado na decisão da Copa do Mundo de 2014. De chuteirinha cor-de-rosa e bandeirinha lilás. Se estiver frio e o senhor optar pelo modelito básico das vedetes, não se esqueça da cinta-liga ou daquele uniforme colante, bem agarradinho, e da toquinha com orelhinha.

Ou assuma de vez a frustração por jamais ser, talvez por opção, o protagonista entre as autoridades do jogo. Também pode pleitear o comando de fato e de direito.

Estranho, mas se alguém erra tão pouco e é um ótimo assistente, por que não se limitar aos merecidos elogios restritos às suas difíceis e decisivas atribuições.

Se eu fosse o árbitro e Hausmann se metesse a querer mandar no jogo, pode ter certeza de que o cartão vermelho sairia para o assistente metido a besta.

No clássico, o gaúcho quis ser a estrela mais cintilante num palco que tinha Neymar, Ganso, Paulinho, Alex e outras feras. Que pena!

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