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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Empate-vitória, importante mas ilusório

Empate-vitória na falsa arapuca da Bombonera é tão importante quanto ilusório. Pra ser campeão diante de uma torcida loucamente apaixonada, o Corinthians precisa mostrar bem mais.

O Boca Juniors jogou mais com a mística, com a camisa. É um time de respeito, mas tem limitações técnicas e físicas. Não mete medo como antigamente. Não é um bicho-de-sete-cabeças.

No 1 a 1 de ontem em Buenos Aires, teve mais disposição e mais iniciativa que o Corinthians. Tem um bom meio-campo que sabe tocar e marcar. Mas se o Timão ousasse um pouco mais...

Riquelme, mesmo não sendo mais aquele jovem tão participativo e decisivo, faz a diferença pela inteligência, pelo posicionamento e pela precisão na bola parada. Também fala muito e quer apitar o jogo.

Se a defesa do Corinthians -- a melhor da história da Libertadores -- manteve o bom nível, a do Boca mostrou lentidão a ser explorada na final de quarta-feira no Pacaembu. Além disso, não sabe sair jogando e dá chutões quando apertada. Assim como a corintiana.

Corinthians errou muitos passes e Alex exagerou nas quedas, corretamente ignoradas pela arbitragem. Com certeza, não foi por falta de orientação.

Se o time de Tite mostrasse um meio-campo coeso, equilibrado, que não sobrecarregasse Paulinho, e fosse mais ousado com a bola, como nos minutos finais, depois que tomou o gol, o sistema defensivo argentino entregaria o ouro. Como no belo gol do menino-herói Romarinho.

Mesmo sem ser uma sumidade, o Boca de tantos argentinos e paulistas "anti" foi superior. Especialmente no segundo tempo, quando, cobrado e empurrado pela fanática torcida, emparedou um Timão aparentemente com medo de perder.

Até o regularíssimo Ralf decepcionou. Não achou o melhor posicionamento para conter a movimentação argentina. Será que sentiu o peso da arena e a importância do duelo?

No Pacaembu, não adianta imaginar que a torcida vai ganhar o título inédito no grito. Quarenta mil vozes ajudam, empurram, mas não entram em campo. Não marcam Riquelme. Não fazem gol. Nem defendem pênalti.

Tite costuma manter o esquema vencedor (1 a 0 está de bom tamanho), mas se quiser entrar definitivamente para a história corintiana talvez seja melhor repensar a forma de atuar numa decisão.

Não basta coração! O segredo é jogar e não deixar jogar. Com disposição, concentração e inteligência do primeiro ao último minuto.

Nem sempre o 4-4-2, com variação para o 4-2-3-1, deixando apenas Emerson à frente, vai dar certo. Só se impõe se a marcação sob pressão na saída de bola for executada com intensidade e perfeição, agilizando a retomada e o contragolpe fatal.

Caso contrário, é melhor jogar com duas linhas de quatro de verdade, com dois volantes (Ralf e Paulinho) e dois meias (Alex e Danilo) praticamente numa horizontal de quatro na hora de defender.

Com Alex e/ou Danilo mais Paulinho e/ou Fábio Santos subindo para triangular com os dois atacantes (como Paulinho com Emerson e Romarinho no empate salvador) e forçando a espaçada defesa do Boca, o Corinthians estará mais perto do gol e do título.

Se o Timão de tanta gente (a favor ou contra) insistir no exemplar defensivismo de doação e no discutível ofensivismo de ocasião, o torcedor vai ter de rezar para o matreiro e traiçoeiro Boca não jogar por duas ou três bolas letais.

É imprescindível se impor. Nem sempre o salvador Romarinho estará de plantão. Por falar nisso, acho melhor Tite deixar o menino no banco. Se precisar, o predestinado entra no lugar de Willian ou Liédson.

São bons jogadores, mas não estão bem. São os prováveis candidatos à vaga do lesionado Jorge Henrique, que faria falta porque exerce importante função tática.

Pra falar a verdade, além de torcer, acredito no título. A história do clube e a devoção do torcedor corintiano merecem ver o vale do Pacaembu inundado de lágrimas. De felicidade, lógico! Então, vai Curíntia! Não para de lutar...

P.S: Corinthians, a torcida não pode vencer por você, mas você pode vencer por ela!

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