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sexta-feira, 29 de junho de 2012

A vergonha e a dependência química do poder

CURRÍCULO

Nome: Ricardo Teixeira.

Idade revelada: 72 anos.

Endereços atuais: Miami, Angra dos Reis, paraísos fiscais e hospital da Lagoa.

Endereço antigo: Rua da Alfândega, Rio de Janeiro.

Telefones para contato: 021-21250171 ou 021-21260152

Cargos pretendidos: consultor nos subterrâneos da área esportiva, prestação de serviços sem transparência e captação de recursos de origem duvidosa.

Horário disponível: terças e quintas-feiras, das 10h às 11h, apenas na segunda e na quarta semana do mês.

Ressalvas importantes: férias em janeiro, fevereiro, março, julho, setembro e dezembro. Não trabalha, nem engana, em ano bissesto. Dispensa integral do compromisso profissional em ano de Copa do Mundo.

Pretensões salarias e bônus complementares: R$ 75 mil mensais, mais comissão de 30% sobre amistosos da Seleção, patrocínios e obras contratadas para a construções de estádios para a Copa de 2014. Além de bicho por vitórias do selecionado e prêmio extra em caso de conquista da Copa das Confederações e do Mundial.

Experiência e conquistas profissionais: representante brasileiro na Conmebol e na FIFA, importantes títulos no comando do futebol brasileiro e vitorioso em todos os segmentos da sociedade em que se admite o abuso do poder.

Outra atribuição importante: administrar, sozinho, como dono do poder, mais de 300 contratos, ainda em andamento.

Último emprego decente: lembrança apagada

Último emprego altamente lucrativo: comando da CBF, por 23 anos.

Motivo da demissão/renúncia: saúde debilitada em função de pressões do governo brasileiro e ameaça de exclusão da FIFA.

Atual fonte de renda: Cerca de R$ 75 mil mensais oriundos da CBF, referentes a serviços de consultoria, prestação de serviços e captação de recursos com patrocínios.

Referências principais: Amigos presidentes de clubes, João Havelange e José Maria Marin, seu substituto/cumpridor até 2014.

Com currículo invejável e ainda amigo de quem manda, o arrogante, cínico e intragável RT, "destituído" em março, já recebeu R$ 225 mil da CBF pelos relevantes serviços prestados em 90 dias.

Pagamentos questionáveis, mas regulares e pontuais, são efetuados com plena anuência da nova presidência. Infelizmente, Marin é mais do mesmo. Estende o manto protetor e troca favores. Um esbulho a céu aberto!

Enquanto isso, Brasil afora, clubes menores e integrantes das séries C e D do campeonato nacional vivem à míngua. Sempre de pires na mão, à beira do precipício, da falência.

Pra quem achava que Marin seria um pouco diferente, com atitudes menos corporativas e mais voltadas para seus filiados, está aí mais um exemplo decepcionante. Então, fora Marin!

Isso é uma vergonha! Uma indecência! Será que o Ministério Público não tem autoridade para intervir na entidade? Mesmo porque, se depender exclusivamente de improváveis ações contestatórias dos presidentes de clubes, não vai acontecer nada.É mais fácil o burro voar!

Quase todos são dependentes químicos de uma droga chamada poder. Sem ele, sem suas benesses, muitos vegetariam. Isso é Brasil! Por isso todos querem ser amigos do rei.

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