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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Neymar não brilha; Danilo decide

O melhor jogador do futebol brasileiro teve de se curvar à incrível capacidade de decidir de um meia sem brilho técnico individual mas expert na arte de se dedicar, de suar a camisa.

No empate-vitória de 1 a 1 que classificou o Corinthians à inédita final da Libertadores, Neymar fez o gol do Santos. Nada mais! Absolutamente nada! É muito peso pra carregar quase sozinho!

Novamente anulado por Alessandro e mais um assessor, ou mesmo pela marcação sempre dobrada imposta por Tite, o menino não pode fazer o milagre da multiplicação de competências.

Do outro lado, o quase sempre criticado e pouco confiável Danilo voltou a mostrar eficiência tática, aplicação defensiva e presença ofensiva para empatar e levar um bando de loucos às lágrimas mais alegres do universo.

Beneficiado pelo empate, o Corinthians do coletivismo foi excessivamente defensivo até tomar o gol, embora tivesse criado duas boas oportunidades em contragolpes.

Não queria jogo! Mas também não permitia que o Santos jogasse como sabe. Ou, pelo menos, tentasse, rodando a bola de um lado pro outro.

A briga de cachorro grande só começou realmente no final do primeiro tempo, quando Neymar fez de canela após cruzamento de Alan Kardec da direita e desvio de Borges no poste direito.

Depois, um novo Corinthians precisava surgir. E surgiu! Ameaçou com Jorge Henrique de cabeça mas só empatou aos três minutos do segundo tempo.

Alex bateu falta sofrida por Liédson ( entrou no lugar de Willian e o time melhorou) na esquerda e Danilo apareceu sozinho às costas de Juan para tocar com categoria.

O Santos foi pego de surpresa com o gol, porque estava pronto para ampliar nos contragolpes que tanto aprecia. Até voltou a ter maior posse de bola, mas de forma estéril, sem objetividade e tampouco criatividade individual.

Provavelmente também em função de o Corinthians ter intensificado e adiantado a marcação de volantes, meias e até Liédson. A procura doentia do Santos por espaço se assemelhava a um garimpo sem fim. E inócuo!

Muricy fez entrar Elano e Leo nos lugares de Adriano (não precisava ter agido daquela forma com o gandula e deveria ser expulso) e Juan. E no final, Dimba no de Borges.

Nada mudou diante do paredão corintiano. Desta vez o melhor sistema defensivo da Libertadores nem necessitou das defesas de Cássio, tal a incompetência ofensiva dos santistas. Nenhuma grande ocasião de gol; nenhuma defesa excepcional.

De novo, o bom time do Santos achou que a individualidade do monstro de canelas finas poderia resolver. De novo, ninguém ajudou no limite da capacidade. Nem Ganso!

Por isso a genialidade de Neymar se curvou diante da produtividade espantosa e invejável de Danilo e cia. Por isso, diante de 36 mil loucos, o Corinthians mereceu a vaga dos sonhos.

Tudo com tensão, angústia, sofrimento, e chuva. Se fosse fácil, sem dificuldades, sem dor, com céu estrelado e lua cheia, não seria o Corinthians. Tudo bem ali, no seu quintal, o velho, aconchegante e iluminado Pacaembu.

Agora, que venham argentinos ou chilenos, adversários de daqui a pouco. O Boca tem mais camisa e está mais perto da decisão porque ganhou em casa. Mas o Universidad é forte em casa e tem bom time.

Independente de quem chegar nas finais das próximas quartas-feiras (fora e depois no Pacaembu), o Corinthians da muralha defensiva precisa jogar mais e ter mais ousadia e competência ofensivas.

Se quiser o título dos sonhos, não basta não deixar o adversário jogar. Fora de casa, o time de Tite e de tanta gente não pode confiar apenas na determinação e na invejável performance destrutiva.

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