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sábado, 23 de junho de 2012

"Barcelona" sem Messi faz 2 a 0. Mas deu sono!

Não há nada de errado no título acima! É isso mesmo. A seleção espanhola que derrotou a França agora há pouco em Donetsk, na Ucrânia, jogou à imagem e semelhança do Barcelona, o melhor time do mundo.

Mas (e só) faltou o argentino Messi, o melhor jogador do mundo. Aquele que faz, de fato, a diferença. Aquele que, com arte, genialidade e ousadia, faz um jogo de futebol fugir da mesmice e ganhar em emoção.

Mesmo com estrelas de primeira grandeza como Iniesta, Xavi e Fábregas, o "Barcelona" de Vicente del Bosque não brilhou. Deu sono! Ganhou de 2 a 0 e vai pegar Portugal na semifinal, mas ainda está devendo nesta Eurocopa.

Como a França tem se preocupado mais em brigar internamente do que em jogar futebol prático e de gente grande, o jogo foi ruim. Ao menos pra quem gostaria de ver 90 minutos com número razoável de emoções.

O "Barcelona" voltou a exagerar no discurso monocórdio, de uma só letra, uma só jogada, um só verbo: tocar, tocar e tocar. Até fazer o gol. Posse de bola mais posse de bola. Estéril! De Xabi pra Xavi, de Xavi pra Fábregas, de Fábregas pra Iniesta...

E a França assistindo, tentando marcar e abdicando de atacar. Quer saber? Um futebol que, sem Messi, fica muito chato! Não é espetáculo! Falta verticalidade rumo ao gol. Perde a graça! Chega a dar vontade de mudar de canal ou de ir até a cozinha comer bolo de fubá cremoso com quentão.

No primeiro tempo, a indiscutivelmente talentosa Espanha pouco criou, não penetrou e só chegou com real perigo aos 19 minutos, quando fez o gol: pela esquerda, Iniesta encontrou o lateral-esquerdo Jordi Alba, que foi ao fundo e cruzou para o volante Xabi Alonso cabecear no contrapé do goleiro Lhoris.

Porém, nem o gol fez a França ousar um pouco mais. Manteve um 4-4-2 respeitador, com variação para um 4-5-1 ou 4-6-0 covarde, recuando inclusive Benzemá, que, ao lado de Ribéry, poderia oferecer algum perigo.

Quando pensou em sair um pouco mais, a França não assustou e ainda esbarrou num adversário que também é eficiente na marcação e na retomada de bola.

Com zagueiros e laterais (Jordi saiu pouco) mais fixos, defensivos, além de dois volantes marcadores e com boa saída de bola, e meias que dispensam comentários, a Espanha manteve o ritmo de bolero. Continuou melhor, mas nada criativa. Faltaram objetividade e tesão para fazer mais gols.

Se na primeira etapa a França mal conseguia sair jogando e só chegou uma vez em cobrança de falta, na segunda a equipe de Laurent Blanc adiantou meio-campo e ao menos tentou atacar um pouco mais.

Foi menos medrosa, mas pouco criou. Uma vez com o lateral Debuchy e outra com Ribéry demorando para concluir. A Espanha (melhor, o "Barcelona" sem Messi), continuou brincando de bobinho.

Sem dribles, enfiadas e infiltrações -- a não ser uma de Xavi para Fábregas, um falso centroavante que hoje não jogou nada --, sem jogadas de fundo, sem finalizações de fora e muito menos lançamentos, o jogo continuou chato.

Mesmo sem empolgar, distante do futebol de campeã mundial e europeia, a Espanha ainda achou o segundo gol, aos 45 minutos. Pedro, substituto de David Silva e de futebol mais rápido e incisivo, foi tocado na área e o árbitro italiano Nicola Rizzoli marcou pênalti.

Contato de jogo. Eu não daria. Xabi Alonso converteu com categoria, no canto direito. Um prêmio para quem foi exceção e completava 100 jogos com a camisa da seleção.

Pra quem privilegia o resultado, a Espanha está no caminho certo, rumo ao bi. Pra quem gostaria de variação de jogadas e mais emoções, o jogo decepcionou.

Seria interessante que na semifinal do dia 27 Portugal marcasse um gol antes dos 15/20 minutos. Talvez tivéssemos um jogo de verdade, entre dois times. Especialmente se Cristiano Ronaldo estiver aceso.

E olha que o craque português conhece muito bem e já venceu o Barcelona de verdade, o de Messi, com Xavi, Iniesta, Fábregas e cia; acordados. Aquele Barcelona, bem melhor do que a seleção espanhola de hoje.

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