Ninguém assumia, mas ninguém queria! Ninguém esperava! Não adiantou torcer para que não acontecesse. Já que aconteceu, não adianta lamentar. Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come.
Então, vamos pra cima do bicho-papão, que também atende pelo nome de Noruega. Sim, o handebol das norueguesas acaba de perder da Espanha de 25 a 20 e vai ser o adversário do Brasil na terça-feira olímpica.
Tudo porque os deuses do Olimpo resolveram conspirar; contestaram um destino que parecia traçado. O normal seria a Noruega, campeã olímpica e mundial, ficar com o primeiro lugar do Grupo B; ficou em quarto, atrás de França, Espanha e Coréia do Sul.
No Grupo A, a tendência era o Brasil ficar em segundo, terceiro ou quarto, pelo menos atrás de Rússia e Croácia. Mas nossas meninas brilharam e ficaram em primeiro.
Moral da história: o cruzamento olímpico nos coloca diante do considerado bicho-papão. Pelo menos na teoria, as norueguesas eram e são favoritas. Mas na prática, no momento, agosto de 2012, não é bem assim.
Se não, vejamos: quinto colocado no Mundial de 2011 em São Paulo, o Brasil encerra a primeira fase em primeiro com uma derrota (diante da Rússia) e quatro vitórias (Croácia, Montenegro, Grã-Bretanha e Angola).
A última delas ocorreu hoje cedo, com 29 a 26 sobre as angolanas depois de 14 a 9 na primeira etapa. Brasileiras foram sempre superiores, chegaram a abrir nove gols, mas deram sopa pro azar nos sete minutos finais, relaxaram, perderam a concentração e por pouco não foram surpreendidas.
Já a Noruega terminou com a última vaga do Grupo B após perder da França e da Espanha, empatar com a Coréia do Sul e vencer apenas Suécia e Dinamarca. Por sinal, um grupo com jeitão de zoológico. Cheio de fera!
Quer dizer que a campanha das brasileiras é bem superior. Quer dizer que nosso momento técnico e psicológico é mais consistente. Quer dizer que o bicho-papão pode ter perdido os dentes e estar tontinho; talvez ferido de morte.
Quer dizer que não podemos apenas reverenciar e respeitar em excesso. Outro detalhe: últimos amistosos foram parelhos, decididos nos detalhes. Estamos confiantes e em ascensão; elas, aparentemente, abaladas e descendo do topo da pirâmide.
Quer saber? Quem tem medo de bicho-papão?
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