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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sto. André: vôlei de 11 varadas e o fundo do poço

Vítima de incompetência político-diretiva, o vôlei de Santo André está no fundo do poço. Nosso vôlei de tantas glórias está órfão de pai e mãe.

A figura do pai pode ser representada pelo gestor público capaz, líder e responsável. Infelizmente, não temos!

A mãe, talvez pudesse aparecer resumidamente no significado de três palavrinhas de peso: atenção, carinho e respeito. Infelizmente, não temos! O vôlei está órfão, assim como o esporte andreense como um todo.

Hoje, enquanto as vizinhas São Bernardo e São Caetano disputam Superliga, Liga e campeonatos paulistas na categoria Principal, Santo André é mera figurante no Sub-21

Isso mesmo, o vôlei masculino de tantas conquistas, de tanto orgulho, é simples coadjuvante da Sub-21. O vôlei octacampeão paulista com a Pirelli (de 81 a 88) e campeão ainda com o Esporte Clube Santo André (Metalúrgica São Justo) em 76, é passado.

Hoje, quem quiser ver o vôlei andreense pode ir ao mesmo Complexo Esportivo Pedro Dell'Antonia. O ginásio, que já foi pequeno, hoje é enorme. Uma imensidão!

Às moscas, com meia-dúzia de gatos pingados, o "velho" Dell'Antonia é palco de uma varada em cima da outra. Agora comandados por Madeira e Celsinho, os meninos são um verdadeiro saco de pancadas.

Em 11 jogos, o time ganhou... apenas experiência. Vitória, nada! Só derrota! Culpa dos jogadores? Lógico que não! Dos técnicos? Também não! Mais uma vez, culpa da falta de uma política esportiva decente, consistente, séria e responsável.

Pura falta de investimento e de planejamento. Portanto, também falta competência, de zelo da Prefeitura. Nos últimos anos, tanto no público quanto no privado, pouco se investiu no vôlei. Apenas na sobrevivência do Adulto, com competitividade limitada.

Agora, sem prevenção, chegamos ao limite. Exatamente porque não se planejou. Sem verba, sem patrocínio suficiente e sem visão, pela primeira vez, desde 94, o Adulto deixa de participar do Paulista.

É bom lembrar que o vôlei é caro. Principalmente ao se considerarem as taxas abusivas cobradas pela Federação Paulista de Renato Pera e pela Confederação Brasileira de Ari Graça.

Paradoxalmente, as duas entidades, comandadas há décadas pelos donos do poder eternizados no trono, são ricas. Enquanto isso, clubes como Santo André, vivem com o pires na mão.

Peneiras aqui realizadas no final de 2011 ( e início de 2012?) não deixam de ser interessantes, mas não significam crescimento consistente se não houver comprometimento e dedicação a médio e longo prazo, com os olhos no futuro.

Bolsa de estudos, alimentação e "dormitório" sob as arquibancadas, apenas para alguns, não garantem a permanência nem a evolução de ninguém. Os melhores são pinçados pelos vizinhos ou pegam o caminho da roça à procura de condições mais adequadas para quem sonha com a glória.

E Santo André fica a ver navios. A exemplo do que acontece em outras modalidades -- nem todas, lógico --, o vôlei fica sem força, sem competitividade, sem time. Por isso só leva pau.

Sem parceria privada, sem o carinho do gestor público e sem a base sólida da pirâmide, nosso vôlei fica bem próximo da insolvência. Se não legal, ao menos moral.

Lamentavelmente, parece que chegamos ao fundo do poço. Da Pirelli imbatível ao pobre Sub-21 das 11 varadas. Ninguém merece!

Sonho de voltar a sentir orgulho dos nossos campeões está cada vez mais distante. E o poço, cada vez mais fundo.

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