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domingo, 6 de maio de 2012

Neymar, o gênio e o monstro

Em setembro de 2010, o técnico Renê Simões estava carregado de razão quando criticou atitudes inadequadas de Neymar e alertou que poderíamos estar criando um monstro. O caráter do treinador o credencia, por isso tem moral para botar a boca no trombone.

Não fossem as palavras duras e sensatas depois de a fera desrespeitar companheiros de Santos e o técnico Dorival Júnior ao ser preterido numa cobrança de pênalti na vitória de 4 a 2 sobre o Atlético Goianiense, talvez o hoje ídolo de todos nós não tivesse percebido o limite de seus poderes.

O puxão de orelhas no menino "mal-educado" e "sem limites" foi fundamental. A fera se educou a tempo. Se corrigiu e melhorou em tudo. O Neymar de hoje, ainda molecão, felizmente, tem posturas mais sensatas e adequadas para quem é idolatrado por todas as torcidas por saber tudo de bola. Sem dúvida, um novo fenômeno!

Hoje ele é, sim, um monstro! Mas um monstro na arte de jogar futebol para todas as torcidas. Ele não é mais só do Santos; é nosso! Sem sombra de dúvidas, por enquanto, é o terceiro melhor jogador do mundo. Ainda perde do argentino Messi (50 gols) e do português Cristiano Ronaldo (45), os artilheiros do Campeonato Espanhol que já tem o grande Real Madrid como campeão.

A exemplo do estrago que provocou contra o São Paulo (três gols e um show que abalou os aparentemente sólidos alicerces do Morumbi), ontem Neymar fez dois do Santos quase campeão contra o valente Guarani (o outro foi de Ganso)e já é o artilheiro do Paulistão com 18 gols.

Há mais de duas décadas, ainda no DGABC, escrevi no Confidencial um texto -- Eu vi Pelé jogar (Pipe) -- imaginando e endeusando Pelé num jogo de masters "presenciado" por um dos meus filhos, o Felipe, então com quatro ou cinco anos.

Daqui a mais duas décadas, muita gente vai dizer "eu vi Neymar jogar", "eu joguei ao lado do Neymar", "eu marquei o Neymar", "eu joguei contra o Neymar", "eu dirigi o Neymar", e por aí vai, possivelmente se referindo ao melhor jogador do mundo.

Todos vão falar de Neymar e colocá-lo entre os 10 ou 20 maiores do globo. É como se hoje perguntassem para mim quais os 10 maiores jogadores do mundo (e do Brasil) que eu vi jogar, pessoalmente ou pela TV. Não vale rádio!

Do Brasil: Pelé, Garrincha, Neymar, Ademir da Guia, Rivellino, Tostão, Gérson, Zico, Falcão e Sócrates. Chiii!!! Como deixar de fora Ronaldo, Romário, Reinaldo, Alex, Raí, Jairzinho, Careca, Denner, Pita e Nilton Santos? Posso colocar mais 10? Luiz Pereira, Pagão, Júnior, Ronaldinho, Julinho Botelho, Toninho Guerreiro, Dirceu Lopes, Rivaldo, Didi e Dino Sani. Tá vendo? Parece fácil, né? Faça a sua lista e mande pro blogdoraddi!

Os 10 (ou 30?) melhores do mundo, sem incluir brasileiros: Bechenbauer, Maradona, Eusébio, Zidane, Bobby Moore, Breitner, Cruyff, Stoichkov, Platini e Matthaus. Mais 10? Rummenigge, Schuster, Van Basten, Overath, Gamarra, Lev Yashin, Figueroa, Haggi, Keegan e George Best. Só mais 10: Koemann, Hugo Sanchez, Rejkaard, Raul, Pedro Rocha, Laudrup, Seedorf, Boniek, Baggio e Baresi.

Chega!!! Esses eu vi jogar. Alguns raramente, outros com constância. E lógico que esqueci alguns deuses do futebol; minha lista não é unanimidade. Como nasci em 55, não posso falar de lendas sobre as quais ouço ou leio maravilhas: Leônidas, Evaristo, Ademir de Menezes, Domingos da Guia, Canhoteiro, Heleno de Freitas, Claúdio, Baltazar, Luizinho, Friendenreich, Zizinho. Puskas, Albert, Di Stéfano, Just Fontaine e cia.

São apenas 60 escolhidos dos quais o mundo não se esquecerá jamais. Esses eu vi jogar, mas nas próximas duas décadas outros candidatos a Pelé aparecerão. Tanto quanto minha geração, sou privilegiado.

Sem contar ídolos pela raça ou pela identificação com o torcedor (Marcos, Rogério Ceni, Zé Maria, Rondinelli, Wladimir, Neto, Marcelinho Carioca, Andrade, Roberto Dias, Dunga, Zito, Edu, Djalma Santos...), quantos e quantos craques eu tive o prazer de ver jogar!

O menino Neymar é apenas mais um monstro genial! Se algum zagueiro botinudo ou as armadilhas do destino não lhe pregarem nenhuma peça, o menino vai chegar bem perto do Rei.

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